segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Rock in Rio - Adendo


É engraçado ver como o tempo passou e como vamos ficando cada vez mais bobos e nostálgicos. Acho que nossas memórias são como vinho: quanto mais velhas, mais interessantes. Momentos que na época passaram praticamente despercebidos, ganham um fortíssimo valor sentimental e uma conotação emotiva muito exacerbada, conforme o relógio segue em frente e as lembranças já não são mais tão frescas em nossa mente.
Quando da primeira edição do Rock in Rio no Brasil, em 1985, eu não possuía idade o suficiente para lembrar ou prestar atenção em algo. Já o terceiro festival da franquia, em 2001, ficou um pouco à sombra do meu cotidiano. Talvez eu estivesse em uma fase estúpida o suficiente para não dar ao rock n' roll a reverência que ele merece.
Mas o segundo cápítulo desta história...bem, este eu guardo com muito carinho no meu coração.

O ano era 1991 e lá estava eu, pequeno, franzino, sem muito - ou nada - entender da vida, prestes a completar 8 anos de idade. Minha concepção de filmes e música, duas de minhas maiores paixões hoje em dia, se resumia basicamente nas encantadoras produções dos estúdios Walt Disney e algumas músicas estranhas, porém legais, que eu escutava no toca fitas do carro da mamãe e não entendia bulhufas do que estavam falando. Só anos mais tarde "aumbé aumbé", "pa pa pa pa pel" e "adescol tchusé ailoveiu" se transformariam em "Domino Dancing" (Pet Shop Boys), "Build" (The Housemartins) e "I Just Call To Say I Love You" (Stevie Wonder).
E nesta época repleta de mistérios e descobertas, um LP de vinil comprado nas Lojas Americanas por minha irmã mais velha apertou START na formação do meu caráter musical.
E assim, Rock in Rio II Internacional me apresentava a Run DMC, George Michael, Santana, Megadeth, Lisa Stansfield, Dee Lite, Billy Idol, Joe Cocker e Judas Priest. O disco do A-Ha e seus singles estouradíssimos já frequentavam o acervo da nossa sala de estar há algum tempo. Já o New Kids on the Block...bem, eles dispensam comentários. Quem tem hoje 20 e poucos anos, sabe bem do que eu estou falando.

Mas acima de tudo, este vinil carrega consigo, pelo menos para mim, uma importância ainda maior. Não é apenas o álbum que me lançou para dentro da esfera do rock e do pop. Não é só o disco que me dispertou um até hoje incontestável interesse pela língua inglesa. Não. Para mim, representou algo maior.
Assim como o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro dia na faculdade, o primeiro porre, o primeiro emprego têm espaços muito bem reservados em nossa caixinha de pandora cerebral, Rock in Rio II Internacional contribuiu para algo igualmente inesquecível: a minha primeira música preferida.
E esta, meus queridos, tocou até arranhar a faixa.
Literalmente.


Information Society - Think
Live in Rock in Rio II

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