Um filme registrado pelo celular.
Durante algum tempo, as idas e vindas ao trabalho eram acompanhadas de um celular, muitas ligações desnecessárias e do resto: o mundo. E porque minhas órbitas oculares parecem estar sempre ofuscadas, talvez pela falta dos óculos, elas enxergam só o mundo que salta aos olhos: o volume de uma bunda, um acidente de trânsito, um cachorro morrendo, o lixo na rua atrapalhando os ratos, os cadeirantes que tomam sol na porta da suas casas, os mendigos preparando o almoço com nossos restos. Era só isso, passava, via, registrava.
Daí veio meu amigo DJ Raone Franco (Sugarhill) com uma música genial e um tema. Por coincidência, todas as imagens já estavam na câmera. Era editar e tentar um filme, um videoclipe. Foi feito. Um filme que é um registro documental de fragmentos isolados, sem nenhuma pretensão ou preocupação de sentido com o todo. Até porque cada pedacinho de imagem traz sozinho sua história e seus desdobramentos dentro de cada um. Hemingway nos alertava para não confundirmos movimento com ação. Então, que a falta de ação e o excesso de movimento não sejam uma desculpa para pouca arte.
Renato Cabral – filme (@CabralDiz)
DJ Raone Franco – música (@RaoneFranco)
Agradecimentos: Luis Felipe e Juninho - Imaginare Filmes
Totalmente documentado com um celular Nokia fuleragem 5230.
2 comentários:
Valeu a ideia aí irmão. Abraço.
At. Cabral
Muito bom o filme.
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