Em tempos de adaptações/remakes e histórias “mastigadas”, Christopher Nolan mostra o que é preciso pra se fazer um filme original e envolvente.
Sim! Eu sei que nessa altura várias pessoas já assistiram A Origem no cinema, e consenso geral é que o filme é Sensacional. Uns acham mais, outros menos, uma meia dúzia de gatos pingados falaram que o filme é RUIM (mais o de segunda na tela quente foi bom).
Nolan, tanto nos filmes Batman Begins & The Dark Knight ou no admirável The Prestige, já demonstrara seu apego à temática da ilusão, da teatralidade, e aqui ele retoma o assunto – mas, no lugar das artes ninjas do Homem-Morcego ou do ilusionismo dos mágicos, temos o sonho como forma não apenas de manipulação, mas como o próprio palco da ação em uma trama que por vezes lembra Matrix, por outras Ocean's Eleven. Mas isto é apenas uma das cascas, ou camadas, do filme, e Inception é muito mais do que isso.
Escrito e dirigido por Nolan, A ORIGEM é sua obra mais pessoal até o momento, e talvez mesmo seu melhor filme, que expande as fronteiras de sua cumplicidade com a platéia. O diretor, como bom ilusionista que é, conta com essa cumplicidade, necessária para que o roteiro funcione. Selado o pacto, o espectador verá em A ORIGEM uma sólida ficção científica que troca as profundezas do espaço exterior pelas entranhas da mente humana, e que – coisa rara em um blockbuster - abre-se para várias interpretações e deixa, na saída do cinema, uma série de questões: afinal, o que era sonho e o que era realidade? Personagens “inocentes”, como o de Michael Caine, são o que realmente aparentam? É mera coincidência que Mal seja interpretada pela atriz Marion Cotillard, que já foi Edith Piaf no cinema – sendo que a canção de Piaf “Non, Je Ne Regrette Rien” exerce função importante no filme?
0 comentários:
Postar um comentário